sábado, 8 de agosto de 2009

Jogos Inesquecíveis: Brasil x Itália 1982 e Brasil x França 1986

1. A tragédia do Sarriá.

Desde o fracasso de 1974, a seleção brasileira não inspirava confiança na torcida. A copa de 1978, que nos fez "campeões morais" foi disputada com um time bastante questionado. Em 1981, um time que começava a ser arrumado pelo mestre Telê Santana, fez uma boa campanha na Copa Oro - o Mundialito - realizada no Uruguai. Contudo, perdeu a final para os donos da casa, frustrando quem não via cor de título fazia 10 anos. E até o momento em que estreou na copa de 1982, a seleção de Zico, Sócrates, Júnior, Cerezo e Falcão ainda não era uma unanimidade. Poucos não lembram do quadro humorístico em que Jô Soares dizia: "bota ponta, Telê!"
O fato é que, durante a copa, a seleção engrenou. Mesmo com pontos fracos óbvios, principalmente no gol e em seu centro-avante, o tresloucado Serginho Chulapa, a seleção arrancou uma vitória dramática sobre a URSS e três vitórias maiúsculas sobre Escócia, Nova Zelândia e Argentina. A seleção de 82 ganhava status de "máquina" e o céu era o limite.
Mas aconteceu o dia 5 de julho. E o jogo no acanhado estádio Sarriá, em Barcelona. E a Itália de Paolo Rossi. E o jogo que, em minha opinião, divide com o maracanazo de 1950 o título de o mais triste da história da seleção. A história já foi contada mil vezes. O nó na garganta - que nem o título sobre a mesma azurra em 94 foi capaz de desatar - perdura até hoje.


Depois das semanas especiais com times estrangeiros e com os clubes da série B do Brasileirão, tiro esta semana que entra para matar todos os pedidos de cartelas de seleções de futebol que estavam pendentes. Começamos aqui com dois jogos que brasileiro nenhum esquece, por mais doloridos que tenham sido.

Brasil x Itália 1982 - Cartela de escudinhos


2. Um retorno melancólico.

Voltar ao México, local onde a seleção brasileira viveu seu melhor momento na história das copas, parecia sinal de bons augúrios. Telê Santana continuava no cargo de técnico, mas o time já não era o mesmo. Se no ataque, tinha uma dupla - Careca e Müller - que estava no auge e fazia a diferença, na verdade o resto do time ou era realmente limitado - Elzo, Josimar, Júlio César, Carlos - ou já sentia os anos - Júnior, Sócrates, Zico. E o peso dessa seleção torta e que mesmo diante de adversários fragílimos, como Argélia, Polônia e Irlanda do Norte, atravessou aos trancos e barrancos a primeira fase e as oitavas-de-final, fez-se sentir no jogo das quartas-de-final, justamente num irônico 21 de junho - dia da conquista do Tri - e justamente no legendário Jalisco de Gadalajara, estádio que tanta magia brasileira já tinha assistido. O adversário, a França, também era um time embolorado, que não era nem sombra da bela equipe de 1982. O jogo então, se deu de erros em erros. A França errou menos. Platini marcou e perdeu um pênalti. Mas, pelo Brasil, a fraqueza de Zico, a indolência de Sócrates e a incompetência de Júlio César determinaram o resultado. Começava ali um tabu de derrotas para a França em copas que já duas décadas.



Brasil x França 1986 - Cartela de escudinhos